salões de embarque e estações de trem
P arte. Toda vez que parte, busco gramática de partida, algum material quimérico de leitura que me organize os fatos, confira a eles cronologia e me ajude a suportar a próxima inevitável despedida. Você tem tantos rostos. Introdução: Estamos os dois, salão de embarque de aeroporto, estação de trem, parada de ônibus, ponto de táxi, portaria de prédio, porta de entrada - e de saída - de apartamento, enfim, qualquer local que prenuncie chegadas e partidas. O local há de ser anódino o suficiente, descaracterizado o bastante para que sirva às partidas de qualquer um, consultório de médico. Não preenchamos os lugares com cores, apenas nossas dores. Também há de ser funcional, funcionar como portal, para que quem o atravesse se sinta transportado, irremediável, de um cenário a outro. A partida fatal deve ser definitiva, e qualquer reencontro posterior deverá ser sucedido por outra partida. Capítulo Um: do(a) que parte. Veste cores sóbrias, que o adeus é coisa triste. Se o adeus se trata...