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Mostrando postagens de dezembro, 2013

(anônimo)

Pousou os olhos sobre a criação e achou tudo belo e correto. Incomparável a serenidade do lago, os pinheiros orgulhosos despontando para o céu perfeitamente azul. Respirou profundamente e suas preocupações pareceram dissipar-se no cálido ar de maio. Em seguida, virou-se para o homem ao seu lado: - Sim, Professor, você me ajudará a criar uma raça de super-robôs movidos a energia atômica, que me tornarão o homem mais poderoso da Terra! Tem até amanhã para dar sua resposta. Mas pense com cuidado... sua esposa e filha continuam presas em minha super-prisão subaquática, em Atlântida. Um passo em falso e elas terão que ser... sacrificadas. - Louco, insano! - gritou o Professor - Jamais levantarei um dedo sequer para ajudá-lo em seus planos megalomaníacos! - Veremos, veremos...  Com um meneio de cabeça, seus lacaios levaram o Professor para longe. Voltou-se para o formoso cenário diante de si, e em seu coração despontaram pensamentos de paz, tranquilidade e dominação plan

uma noite com rumi

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Muhammad Jalaladdin "Mevlana" Rumi, ou simplesmente Rumi, foi um dos maiores místicos e filósofos religiosos que o mundo já conheceu. Nascido em Balkh (hoje Afeganistão) em 1207, filho de um sábio islâmico, Rumi emigrou ainda jovem com sua família para a cidade de Konya (na atual Turquia), capital do então império turco seldjúcida, fugindo das invasões mongóis que na época devastavam a Ásia. À época, uma das principais influências culturais no continente vinha do Irã (Pérsia), e foi em persa que Rumi escreveu a esmagadora maioria de seus poemas, cartas e sermões. Afeganistão, Turquia, Irã... na verdade, Rumi representa um importante patrimônio cultural, que transcende séculos e civilizações. Como afirmou Mevlana em seus escritos, "Diga tudo em persa, mesmo se o árabe é melhor para fazê-lo - o Amor encontrará seu caminho através de todas as línguas por sua própria conta" (tradução livre) Sua mensagem, além de se originar de um profundo conhe

aventuras em turco (2) - var e yok

De todas as peculiaridades da língua turca que conheci até agora (e são tantas...), talvez a mais estranha, para um lusófono, seja a ausência do verbo "ter". "Eu tenho um carro." Em turco, a frase acima normalmente seria traduzida da seguinte forma: "Arabam var.", que, numa tradução literal livre, significaria: "Meu carro existe." Engraçado, né? No lugar dos verbos "ter" e "possuir", normalmente utiliza-se os termos "VAR" e "YOK" (para a negação). Não são verbos, possuem papel muito mais amplo do que meramente descrever uma ação ou um estado. Por exemplo: "Sorun yok" seria algo como "Não há problema". "Su yok" seria "Não há água / A água acabou" "Param yok", por sua vez, significaria "Não tenho dinheiro". Em meu entendimento de leigo (ainda...) na lingua turca, classifico o "VAR"/"YOK