192) "A festa de Babette" ("Babettes gæstebud", 1987) Aparentemente, este drama dinamarquês consta de uma lista de filmes recomendados pelo Vaticano, o que dá uma boa indicação da falta de controvérsia que o rodeia. Leve, sensível, delicado, um Bergman "light", se dá pra descrevê-lo assim, "A festa de Babette" é ideal para assistir com a avó numa tarde de domingo. Não que seja ruim. O clímax do filme, em que uma governanta francesa numa aldeia perdida na Dinamarca prepara um festim para um bando de provincianos chatos, é um belo exercício sobre como retratar a comida e o ato de comer na tela (filmes sobre comida, aliás, deveriam ser um gênero cinematográfico à parte). Às vezes, dá vontade de dar um tapa na cara de algum dos personagens para incitar reações um pouco mais sanguíneas. Mas é um filme bonito, sobre família e amizade, que não insulta ninguém. 193) "A invenção de Hugo Cabret" ("Hugo", 2011) Eu queria ter gostado ...
20) “O boulevard do crime” (“Les enfants du paradis”, 1945) Poucas vezes um cinéfilo assiste um filme e se dá conta de que está diante de um clássico, daqueles que justificam os irmãos Lumière terem inventado aquela caixinha estranha. “2001, uma odisseia no espaço” é um clássico; “Ran” é um clássico; e “Les enfants du paradis”, indubitavelmente, é um clássico. Citado por dez entre dez críticos franceses como um dos melhores filmes já realizados, o filme traz uma daquelas histórias rocambolescas, que parecem contadas por Victor Hugo ou Alexandre Dumas. No século XX, porém, esse bardo recebe o nome de Jacques Prévert, não apenas um grande roteirista como também um dos maiores nomes da poesia francesa no século passado. Ambientado no mundo do teatro francês do início do século XIX, “O boulevard…” reconstitui durante três horas - que parecem voar, aliás, de tão fluido que é o filme -, os encontros e desencontros de três homens - o ator canastrão Frederick Le...
74) "A morte num beijo" ("Kiss me deadly", 1955) O detetive casca-grossa Mike Hammer (!) se vê enrolado numa trama com loiras misteriosas, assassinos de cara feia e um treco cobiçado por muitos mas que ninguém parece saber o que é. Morte, traição e suspense... parece revistinha policial de banca de revista, né? Não à toa: o roteiro de "A morte num beijo" foi adaptado de uma "pulp fiction" (as tais revistinhas) de Mickey Spillane, um mestre da narrativa barata. A narrativa "noir pé na porta" funciona aqui muito bem, com personagens unidimensionais, violentos e sem sutileza nenhuma. Diverte bastante. Ponto para Robert Aldrich, diretor que depois faria "O que aconteceu a Baby Jane?" (1962) e "Os doze condenados" (1967), dois filmes igualmente instigantes e povoados de personagens caricatos. 75) "Ser ou não ser" ("To be or not to be", 1942) Comédia clássica do grande Ernst...
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