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Mostrando postagens de junho, 2019

1001 filmes: de 99 a 103

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99) “Dog star man” (sem título em português, 1964) No início dos anos 60, o artista visual norte-americano Stan Brakhage dirigiu quatro curtas-metragens mudos experimentais que reuniu posteriormente em “Dog star man” (“cachorro estrela homem”). Em se tratando de um filme experimental, não há um enredo facilmente discernível, apenas fragmentos. Vemos imagens em rápida sucessão do que parecem ser explosões solares, um nu feminino e um homem que tenta subir uma montanha nevada com seu cachorro. O fluxo de imagens é furioso, de tirar o fôlego: antes de termos definido um significado para uma imagem, logo surge outra em seu lugar, assim como imagens justapostas, figuras abstratas, massas de cores (com o uso de tinta aplicada diretamente sobre película), árvores, um bebê, etc. O resultado poderia ser uma banal instalação de arte, mas não é. A obra de Brakhage, que trabalhou ao lado de sua esposa no filme, exige uma mercadoria rara de seu espectador: a arte da contemplação com o...

Um ano de filmes... e contando.

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"You're looking at me, Godard?" Em julho de 2018, resolvi assistir a todos os filmes que me faltavam na lista "1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer" e escrever comentários sobre cada um deles (post original aqui ). F altavam-me cerca de 608 títulos para esgotar a lista completa (incluindo os filmes que figuravam em versões anteriores), de um total de 1.199. Pra quê fazer isso ?  Fetiche? Colecionismo? Alguma doença ainda não diagnosticada ? A resposta está no ar. Meu plano original era levar dois anos assistindo tudo... bom, como costuma acontecer, as previsões iniciais eram otimistas demais. Um ano depois, assisti "apenas" a 100 filmes. Nesse ritmo, levarei seis anos para ver tudo. Considerações contábeis à parte, foi um ano de filmes excelentes. A lista não é perfeita, obviamente, falta muita coisa produzida fora dos Estados Unidos e a seleção se centra demais no cinema produzido nos últimos 30 anos. Mas é um bom guia para pree...

1001 filmes: de 94 a 98

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94) ”Sorgo vermelho" ("Hong gao liang", 1987) Quando o vento balançar as folhas da plantação, a colheita começa. O vento é um dos protagonistas da bela estréia de Zhang Yimou (um dos diretores chineses de maior destaque nos últimos 30 anos). As cenas-chave de “Sorgo vermelho” ocorrem em meio a essas cenas atemporais de folhas balançando ao vento, que marcam as passagem das estações e dos anos.   Num conto rural que, às vezes, beira a fantasia, uma camponesa (Gong Li, grande atriz que posteriormente faria duas obras-primas do cinema chinês do início dos anos 90, “Lanternas vermelhas”, de Yimou, e “Adeus, minha concubina”, de Chen Kaige) é forçada a se casar com o dono de uma fábrica de vinho de sorgo. Ao se tornar viúva, porém, a mulher toma conta do negócio e conquista o respeito de seus operários. A simbologia contida na bela fotografia e no roteiro enxuto, reduzido à essência da história, bem mostra a evolução que o cinema chinês demonstra...