no bar
Fazia uns quinze minutos que o cara tava me encarando. Finalmente, quando eu já pensava em ir embora dali, ele se levantou do balcão do bar e caminhou até minha mesa. - Com licença. – ele disse, sorrindo. - Não, obrigado. – respondi. - Mas ainda não falei nada. - Você veio me dar uma cantada ou pedir meu telefone. Agradeço, mas não estou interessado. - Não é nada disso. Eu só estava admirando seu bigode. - Oh. Obrigado. - É um belo exemplar. Tem presença. Algo como uma mistura de Freddy Mercury com Saddam Hussein. Seu bigode não é um bigode, é uma declaração de princípios. - Que exagero. – murmurei, lisonjeado. - Quer vender? - Vender o quê? - O bigode. Faço coleção. Pago bem. - Você coleciona bigodes?! - Porque a surpresa? Tem quem colecione capa de celular. Garrafa de cerveja. Eu coleciono bigodes. Cada um é único, sabe. Não é só o corte. Os pelos crescem de maneira diferente em cada rosto. Influem vários fatores: a grossura do pelo, o efeito da gravidade, a curvat...