palavras

Eu escrevo de madrugada
quando acordo de sonhos intranquilos,
escrevo no escuro pois tenho vergonha de jogar palavras no lixo.
Palavras que libertam
cativos, que decretam
anistias, que salvam
almas e condecoram heróis,
palavras que atiro na calçada de uma rua escura povoada de nada.
Palavras fugazes e inúteis,
sombras brilhantes na tela branca,
rabiscadas em má caligrafia,
diversões burguesas enquanto na rua abundam dor e agonia.
Uma ambulância rasga a aurora e o poema.
Um minuto de vida vale mais que todas as palavras escritas.
Nasce o dia,
uma nova palavra.
Um novo nome para descrever o indescritível.

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