literatura em debate

- Bem-vindos a mais um “Literatura em Debate”. Hoje temos em nosso estúdio o escritor Lauro Pelegrino, que fala de seu novo livro, “A escuridão do abismo”. Lauro, bom dia.
- Bom dia, Mônica.
- E também temos a presença do crítico Prof. Hermenegildo Stompanato, que irá discutir o livro.
- Bom dia. 
- Lauro, minha primeira pergunta vai pra você. Como só recebi o livro ontem, e, sinceramente, tem mil e duzentas páginas, deu preguiça de ler. Li a primeira página e a última. Não entendi nada. Afinal, do que ele trata?
- Mônica, o livro é basicamente um mapa afetivo de minhas memórias de infância, onde tracei, com grande esforço, toda minha trajetória emocional do berço até meus dois anos. Também é um livro de ficção científica para jovens, com grandes toques de humor.
- Tem humor e o nome é “A escuridão do abismo”?
- Não é humor pastelão, Mônica.
- Muito bem. Vamos perguntar ao Prof. Hermenegildo o que ele achou do “A escuridão do abismo”. Espero que tenha lido.
- Mônica, li o livro sim, e confesso que não gostei nem um pouco.
- Olha a língua.
- Lauro, por favor. Vamos ouvir o professor.
- A obra é um amontoado de clichês, uma cópia malfeita da série de Karl Ove Knausgard no que tange à revisitação tediosa de uma abundância de detalhes absolutamente anedóticos e desnecessários da vida do autor…
- Cala a boca, mano.
- Lauro, vamos respeitar o convidado.
- Estou só expondo minha opinião…
- Você tá é defecando pela boca. Cala a boca!
- Que é isso, Lauro, ele só está fazendo uma crítica…!
- Num gostou?! Escreve um melhor! Cuzão.
- Meu trabalho não é de escrever e sim criticar…
- Quem não sabe fazer, critica. Né?! Professorzinho de bosta. 
- Não tenho culpa se seu livro é abaixo da média…
- Agora foi!
- Lauro! Senta! Meu Deus! Alguém chame a segurança!
- Está vendo, Mônica? Ele me bate no braço, ao invés de partir para o rosto ou o abdômen. Além de um escritor medíocre, é um pugilista medíocre. Ai.

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