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O universo suava ansiedade dentro do Eurico's: os garçons já não olhavam para quem serviam os pratos, os comensais já não reparavam na comida que lhes era servida, o flanelinha do outro lado da vitrina, o maître de fraque, a hostess, a chef, ninguém olhava para coisa alguma que não fosse a mesa no extremo esquerdo do restaurante, o jovem elegantíssimo de joelhos diante da moça, elegantíssima, a salada de aspargos intocada na mesa, a taça de champanhe com a aliança de ouro branco ao fundo, os violinistas a postos para o concerto improvisado e ela, extasiada, a aguardar as palavras imortais que ele pronunciaria, palavras que estabeleceriam o marco de sua existência dali adiante, que ecoariam pelas galáxias até muito depois de sua alma ter deixado este mundo:

a) Tem wi-fi?
b) Gol da Alemanha!
c) na boca é mais caro.
d) vamos pra rua! impeachment!
e) tenho nada com isso.


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