queda



Escorregou do janela do oitavo andar incerto da gravidade, pairou diante do parapeito por um instante, flutuou durante os primeiros metros mas logo a queda obteve a validação da realidade e a aceleração cumpriu a sua parte, deu uma pirueta e sumiu dos olhos desesperados que o contemplavam impotentes da janela, decretou seu voo e o corpinho rígido desabou no estacionamento do prédio, estava distante mas podia jurar ter ouvido o torso se partindo, os braços se quebrando, a cabeça se separando do pescoço e rolando para o lado, os guinchos infantis ecoando lá de cima enquanto a mãe o abraça apertado:

- Que pena! Não tem problema, mamãe compra outro...

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