curtas-metragens
Maurício de Nassau era tão foda, mas tão foda, que um dia sobrevoou Recife sentado no lombo de um boi flamejante. Construiu sozinho a Avenida Caxangá com um braço amarrado nas costas (não, sério) e expulsou os marcianos na célebre Batalha dos Guararapes, há dois mil anos.
Dizem que se aposentou da Companhia das Índias Ocidentais, aprendeu inglês e foi trabalhar em fitas de ação. Até mudou de nome para outro mais sonoro, vendável: Chuck Norris.
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Resolvo estudar francês e o primeiro texto que pego ao acaso pra ler é um conto surrealista. C´est trop. Trop est le nom de ma vache invisible.
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Too Big To Fail? Bull Shit.
Nothing´s too big to fail.
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Entrei no banheiro de deficientes, me lambuzei nas confortáveis instalações, o papel abundante, o sanitário sempre limpo. Ao sair, um cadeirante me olhou feio. Não tive dúvidas: comecei a mancar vigorosamente e passei por ele. Eu não podia lhe devolver os minutos que passou esperando inutilmente enquanto um cretino como eu usava indevidamente o banheiro que havia sido reservado para pessoas como ele. O que eu podia era, sim, restituir-lhe a vaga e ilusória noção de que as regras do universo não haviam sido rompidas, que o banheiro de deficientes não fora utilizado por quem não o merecia.
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- Mas o povo, Ney, o povo!
- Sim, sim. - murmurou com fastio -, acima de tudo, o povo.
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Húngaro:
"du kussunum" = obrigado
Tcheco:
"dje cuy" = obrigado
"dobry den" = bom dia
"prossim" = de nada
"na slethanou" = adeus
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Quando quero falar-lhe, saberei ontem que partirá. Não soube que está tão afoita para ter ido...
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Não, não, você não poderá fotografar com o celular tudo o que vir de bonito e interessante, nem tuiutar a respeito. Aliás, nem deveria se preocupar com isso.
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"Lisboa, não sejas francesa", diz o fado. Também não sejas inglesa, Lisboa. Nem americana. Sê apenas Lisboa.
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