a mariposa
Eu sigo o suspiro das ondas indecisas
que vêm e que vão... costurando as marés.
Esse mar é parente das vontades imprecisas,
que negam e afirmam... que subsistem, porém.
Mergulho o tecido das decisões cotidianas
nessa água... e ele vem encharcado de dúvida.
Ana, nós somos fabricados de matéria diáfana,
que perpassa e dissimula... de cinza escura.
Mas, Ana, não temas essa obscuridade futura,
sê como a mariposa, que nada procura,
que nada anseia exceto o consolo da luz.
Adota o desgoverno que a incerteza induz,
Abandona os campos e corre para a névoa,
Lá me encontrarás à tua espera.
Grande Diogo,
ResponderExcluirExcelente soneto. Gostei muito dessa imagem da mariposa e da idéia geral do poema. Parabéns!
Abraço,