Vai, princesa, continua o jogo de doninha. O cenho torto e o beiço envenenado, a arrogância a mascarar teu olho apavorado. Desde já te digo, cairás, Caifás de saias. Teu peito rijo que a tantos delicia, formosa alvura já deveras marombado, despencarás no abismo onde despencaram os outros peitos. Túmulo da vaidade a quem tanto com tão pouco se pensava. Tua cinturinha de pilão servirá de discussão em mesas de bar, somente a velhos barrigudos e saudosos, senis demais para se lembrarem de como eras realmente. Aí também os lipídios do destino hão de cobrar sua dívida amarga. Sairás desta muito mal, avara. E estes olhos, cor-de-tudo, matéria-do-Universo? Estes sofrerão o declínio mais triste, Colecionando as manchas que ao tempo resistem, sem bisturi ou mandinga que possa poupá-los da ruína. Desmentirão tuas mentiras como um amuleto iluminado. E quando já estiveres nos anos muito introduzida, prostrada ao meio-fio, súbita, seca, derrotada, as capas de vel...