Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2011

....

scared shitless of mediocrity ignoring what mediocrity means exactly

vai, princesa

Vai, princesa, continua o jogo de doninha. O cenho torto e o beiço envenenado, a arrogância a mascarar teu olho apavorado. Desde já te digo, cairás, Caifás de saias. Teu peito rijo que a tantos delicia, formosa alvura já deveras marombado, despencarás no abismo onde despencaram os outros peitos. Túmulo da vaidade a quem tanto com tão pouco se pensava. Tua cinturinha de pilão servirá de discussão em mesas de bar, somente a velhos barrigudos e saudosos, senis demais para se lembrarem de como eras realmente. Aí também os lipídios do destino hão de cobrar sua dívida amarga. Sairás desta muito mal, avara. E estes olhos, cor-de-tudo, matéria-do-Universo? Estes sofrerão o declínio mais triste, Colecionando as manchas que ao tempo resistem, sem bisturi ou mandinga que possa poupá-los da ruína. Desmentirão tuas mentiras como um amuleto iluminado. E quando já estiveres nos anos muito introduzida, prostrada ao meio-fio, súbita, seca, derrotada, as capas de vel...

. . .

Pressionando uma mão contra o amplo peito, Rosaura tenta lembrar como se respira. Com a outra, aperta o cabo da faca de cozinha. Segura com firmeza, como se esse simples gesto pudesse fazer evaporar o perigo sob o qual se encontra. Atrás de si, Gleice agarra firme na barra da sua saia. Os olhos da filha, como os de Rosaura, estão fixos na janela do barracão. A menina teme por um instante que alguém ouça as batidas descompassadas do seu coraçãozinho. É estranho. O morro, que naquela hora normalmente exala alarido em forma de algazarra de criança, conversa, rádio alto, pregão do vendedor de gás, cala-se. Se prestar atenção, é  até  possível que Rosaura ouça o piar dos passarinhos que foram sua infância. Mas ela agora não dá a mínima pros passarinhos. Este é um silêncio que precede a morte. Um bufar de narinas ressoa do lado de fora. As duas tremem, e Rosaura segura ainda mais o peito, e agarra mais forte a faca. É ele. Passa pela janela lentamente a forma descomunal de um ...

. .

May God grant thee a short and uneventful life, for if He chooses to kindle the flame inside thee It may very well scorch the Earth. I remember November 11th 1987 very well. Thou still did not exist and I was but a child. On that fateful day I created thee. I drew your form on the fine white sand of a beach far away from here. The gentle sea threatened to erase you, as it  eventually  did, but not before I conjured up your contours and blew in thy grainy left ear. Thou rose, stood your ground and smiled at me. Years later, thou were born out of flesh but I could not see, the embers within thee had not waned. Thou shrieked and shrieked and shrieked when threat of putting thee away was uttered. Thou screamed and fought and ran away and ´tis when thou were merely a baby. Away, my fire my dangerous rose.