git



Git assistia às maravilhas das profundezas marinhas em seu minisubmarino. Construído para suportar pressões subaquáticas fortíssimas, o engenho tornava possível observar como eram e viviam seres que, de outra forma, jamais seriam vistos por olhos humanos.

Naquele lugar escuro e inóspito, viu peixes monstruosos, algas fosforescentes de várias cores e formas e espécies raras de moluscos.

De repente, o rapaz empurrou uma alavanca e o submarino começou a emergir cada vez mais rápido. Instrumentos sofisticados controlavam a pressão interna a fim de que Git não sofresse problemas quando atingisse a superfície. E lá chegou, impulsionado por uma turbina, irrompendo no azul lindo do dia.

O curioso é que a ascensão não havia terminado. A turbina era tão potente que fez com que o submarino se erguesse do mar e levitasse rumo aos céus. Aletas laterais brotaram do casco até se transformarem em asas, e detrás surgiu um leme. E assim o submarino metamorfoseou-se numa pequena nave a singrar pela imensidão do céu, furando nuvens e permitindo que Git contemplasse a curvatura da Terra acima do oceano, nuvens de pássaros em formação e fileiras de aviões, num ângulo cada vez mais agudo até que se visse a linha costeira do continente, a atmosfera ficasse para trás e, ao seu redor, surgisse a massa negra do espaço sideral.

Ao retornar, Git passou pela casa de sua namorada e a convidou para embarcar na nave, para que pudesse retornar às profundezas, para que presenciassem tudo de novo.

O submarino fora construído com tinta e papel. Mas o resto era tudo real.



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