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Em 24 de outubro de 2009, Rogério Fagundes foi preso no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, quando tentava embarcar num voo para Berlim com duas pistolas Glock e uma submetralhadora Uzi em sua bagagem de mão. Fagundes não possuía qualquer licença para portar as armas, as quais, conforme contou à Polícia Federal, havia adquirido de um "amigo colecionador". Protestou, por outro lado, que a exigência de porte de armas era esdrúxula perto da importância da missão que executaria na capital alemã: matar Adolf Hitler.


Segundo o depoimento, o corretor de imóveis de 43 anos, descrito por um familiar como um homem pacato e afetuoso, incumbiu-se da bizarra tarefa após assistir ao filme "Operação Valquíria", estrelado por Tom Cruise. A obra, que narra o atentado frustrado de oficiais alemães ao Fuhrer em 1944, impressionou Fagundes a ponto de fazê-lo pesquisar outras tentativas para assassinar Hitler. Chamou sua atenção o fato que ninguém fora capaz de eliminar o chanceler alemão, que ora travava uma guerra genocida contra o resto do mundo.


Decidido a ser bem-sucedido onde os demais haviam falhado, Fagundes comprou o mencionado armamento e uma passagem para Berlim com suas parcas economias, disposto a dar sua contribuição à paz e segurança mundiais.

Ainda no aeroporto, agentes da PF e transeuntes tentaram convencer o corretor que Hitler já se encontrava morto há 64 anos, após se suicidar com um tiro na têmpora, e que a guerra era uma lembrança distante para a maioria das pessoas. Mas o obstinado paladino, ao ouvir tais comentários, teria apenas cruzado os braços e, com um muxoxo, recusado-se a falar sem a presença de seu advogado.

"Bando de quinta-colunas", teria murmurado.



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