a cidade das ruas



dá-me suas almas
seus operários
seus perdidos
seus velhos sem abrigo
suas crianças felizes
deixem que pisem sobre mim
atravessem-me
rumo a melhores dias.


que ouçam as melodias
que toco para elas
que sintam no concreto
no aço e na argila
minha matéria
minha imortalidade
que aprendam minha poesia.


que descubram meus meandros,
filhos da engenharia
que encontrem o amor e a angústia
em minhas calçadas e esquinas
que se afoguem em meus bares
e se salvem em minhas igrejas.


que nunca mais sintam
que estão aqui por acaso
fui criada apenas para criá-los,
para que chorem e para que vivam
para que confessem suas almas.

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