paris

Paris era linda àquela época do ano. Pena que ele tinha tão pouco tempo.

Entrou no primeiro táxi que viu e pediu para ir à Notre Dame. Quando chegou, contemplou a catedral o mais intensamente que pôde, procurando fixar os mínimos detalhes, os gárgulas, os sinos, na memória. Levou uns cinco minutos e, logo em seguida, correu para a estação do metrô.

Desceu na parada próxima ao Arco do Triunfo. Correndo pela Champs Elysèe, alcançou a Torre Eiffel. No caminho, esbarrou em parisienses apressados na rua, também para eles o tempo era escasso. Era uma pena, mas, se ele dispunha de tão pouco tempo, o melhor era ver o máximo possível de coisas.

Finalmente, após passar diante do Louvre, comprou um crepe no primeiro café que encontrou e o enfiou todo na boca, afogando-o com um capuccino. Ainda de boca cheia, flertou brevemente com uma jovem sentada num banco próximo. Em seguida, recomeçou a correr

Só parou quando chegou a Montmartre, às portas da Sacré Coeur. Subiu as escadas esbaforido, as pernas bambas ameaçando desistirem de sustentá-lo. Olhou o relógio. Estava na hora.

Resignado, deu alguns passos até o mirante e avistou a linda cidade, o mar uniforme de prédios baixos. Alguns segundos depois, sentiu o chão vibrar sob seus pés, e as casas começaram a tremer e desmoronar à distância. A Torre Eiffel, ao longe, partiu-se ao meio e tombou.

Uma onda gigantesca ergueu-se centenas de metros detrás da cidade, sua água negra cobrindo tudo o que existia e se precipitando velozmente na direção onde estava.

Que diabo, pensou. Ao menos tinha visto Paris.

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