examinou os olhos

Examinou os olhos da moça, desviou a vista, retornou e perscrutou os olhos apertados novamente, desta vez se demorando no papel que interpretavam em seu rosto redondo de européia do leste, as maçãs largas, a boca fina, os cabelos ondulados que cobriam as têmporas e faziam com que a extensão da face fosse inaugurada e encerrada pelos olhos estreitos, vítreos, puros, ansiosos, que interrompiam a marcha de um exército.

Não sabia se foram aqueles olhos de Volga ou se seu próprio estado, ainda abalado pela morte de Sofia, mas lágrimas umedeceram sua face e estreitaram-lhe a garganta. Fungou. Com vagar, depositou duas moedas nas mãos do vendedor de rua e levou a fotografia para casa. Não imaginava onde iria pendurá-la; o que sabia é que não poderia deixar a moça ali, largada na calçada.

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