sem titulo


Eu jogava Campo Minado no computador quando o Chefe ligou. Não o meu Chefe, o outro, da Tropa Intergaláctica.
- Diabo tá fazendo aí, rapaz? As Hordas estão invadindo a Terra!

- Cacete!! – fiquei tão nervoso que fechei o joguinho sem salvar – As Hordas de Marte?
- Que Marte! Júpiter! Você não leu o último e-mail?!
Desliguei o fone e corri para os fundos do Congresso, onde ficava o estacionamento de naves. Pulei dentro do meu Cruzador Espacial, o JatoRama, ajeitei o capacete pressurizado e decolei. 
- Quando é preciso, de um pacato assistente, ocupante de um cargo de confiança na Câmara dos Deputados, transformo-me num destemido Patrulheiro Estelar, encarregado de defender a Terra do ensandecido ataque das Hordas de Marte!
- De Júpiter! Vou reenviar o e-mail pra você! Qual é teu endereço?
Mas a essa altura eu já estava no meio do fogo cruzado. 

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A educação pela pedra

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"Castelo nos Pirineus", René Magritte Conheci o poema “A educação pela pedra” apenas muito depois de praticar minha própria educação pela pedra. Acho que o Recenseador também não o conhecia, e duvido que já tivesse lido alguma coisa de João Cabral de Melo Neto. Não importa. Ele aprendeu. Antônio Conselheiro dizia que o censo era um instrumento do Cão, assim como a República e o sistema de pesos e medidas. Conselheiro era um alucinado. Eu, não. Sou lúcido. Lucidíssimo. Convidei o rapaz para entrar e beber um café enquanto fazia suas perguntas. Não tenho problema com censos. Eles nunca chegam a nenhuma conclusão que valha a pena, mesmo. Levei-o até o barracão ao lado de casa. Creio que desconfiava de algo quando pedi que entrasse primeiro, mas não podia se recusar a entrar. Entrou. Estava escuro, mas ele conseguiu ver o poço cavado no meio do barracão pois deteve o passo pouco antes de cair. Pena que eu estava logo atrás dele, e lhe dei um safanão tão grande que
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