"Castelo nos Pirineus", René Magritte Conheci o poema “A educação pela pedra” apenas muito depois de praticar minha própria educação pela pedra. Acho que o Recenseador também não o conhecia, e duvido que já tivesse lido alguma coisa de João Cabral de Melo Neto. Não importa. Ele aprendeu. Antônio Conselheiro dizia que o censo era um instrumento do Cão, assim como a República e o sistema de pesos e medidas. Conselheiro era um alucinado. Eu, não. Sou lúcido. Lucidíssimo. Convidei o rapaz para entrar e beber um café enquanto fazia suas perguntas. Não tenho problema com censos. Eles nunca chegam a nenhuma conclusão que valha a pena, mesmo. Levei-o até o barracão ao lado de casa. Creio que desconfiava de algo quando pedi que entrasse primeiro, mas não podia se recusar a entrar. Entrou. Estava escuro, mas ele conseguiu ver o poço cavado no meio do barracão pois deteve o passo pouco antes de cair. Pena que eu estava logo atrás dele, e lhe dei um safanão tão grande que
Pressionando uma mão contra o amplo peito, Rosaura tenta lembrar como se respira. Com a outra, aperta o cabo da faca de cozinha. Segura com firmeza, como se esse simples gesto pudesse fazer evaporar o perigo sob o qual se encontra. Atrás de si, Gleice agarra firme na barra da sua saia. Os olhos da filha, como os de Rosaura, estão fixos na janela do barracão. A menina teme por um instante que alguém ouça as batidas descompassadas do seu coraçãozinho. É estranho. O morro, que naquela hora normalmente exala alarido em forma de algazarra de criança, conversa, rádio alto, pregão do vendedor de gás, cala-se. Se prestar atenção, é até possível que Rosaura ouça o piar dos passarinhos que foram sua infância. Mas ela agora não dá a mínima pros passarinhos. Este é um silêncio que precede a morte. Um bufar de narinas ressoa do lado de fora. As duas tremem, e Rosaura segura ainda mais o peito, e agarra mais forte a faca. É ele. Passa pela janela lentamente a forma descomunal de um boi preto
no banheiro da empresa onde trabalho tem um mictório meu favorito só mijo nele no cantinho delícia quando ele tá ocupado fico até com raiva uso outro a contragosto um dia apareceu um fiapo de lã azul no urinol fiapão grosso deve ter caído do terno de alguém pensei em pegar um papel e tirar mas não tirei comecei a mexer o fiapo com o mijo naturalmente o fiapo prum lado o fiapo pro outro super divertido fiquei até triste quando acabei no dia seguinte o fiapo ainda estava lá que absurdo pensei cade o pessoal da limpeza esse país é uma merda mesmo mas continuei o joguinho fiapo pra lá fiapo pra cá me sentia jogando videogame voltei pra sala e falei com um colega sobre o urinol ele sorriu meu todo mundo sabe tem bolão pra ver quem empurra o fiapo pra fora do mictório me animei no dia seguinte já tava imprimindo tabela do torneio pra ver quem jogava o fiapo pra fora do mictório com o jato o chão do banheiro já todo emporcalhado passaram circular mandando os funcionários deixar o banheiro l
Comentários
Postar um comentário