de ovos e vibradores
(imagem: http://www.sometimesraw.com/?p=1724) A s mãos coçam. Repentinamente, um pequeno oco surge na cabeça, algo relacionado à necessidade de saciar algum vício misterioso. Quase instintivamente, como se desconectados do comando do corpo, os dedos penetram o bolso, retiram o celular e digitam, avidamente, a senha que destranca seu funcionamento. O oco se preenche. A sensação de liberação gerada pelo ato não é muito diferente daquela provocada pela primeira tragada de um cigarro por um fumante inveterado. Já há alguns anos, o gesto mecânico de sacar o “smartphone” deixou de ser uma simples checagem de mensagens urgentes para passar a representar um dos atos fundacionais de nossa sociedade global. Qualquer um que ande em transporte público, caminhe pelas ruas ou apenas observe pessoas em momentos de ócio verá que o celular nunca está distante. À noite, a luz do aparelho ilumina nossos rostos apáticos, que perscrutam a tela em bu...