- I don´t need you! I can finally say that, I DON´T NEED YOU, MALCOLM! I FINALLY FOUND SOMEONE THAT UNDERSTANDS ME! SOMEONE THAT WANTS ME THE WAY I AM!!
(para saber mais sobre o desafio, clique aqui ) Desvelado em exaustivas sete horas e trinta minutos, denso e arrastado, este filme deve ser uma grande experiência para assistir no cinema. Vi-o durante três ou quatro dias, no sofá de casa. Suas imagens ecoam em minha cabeça. O diretor húngaro Béla Tarr habita uma dimensão imagética muito própria, como Kubrick e Tarkovski. Menos um diretor narrativo que visionário, seus poucos e longuíssimos planos-sequência parecem usar a história adaptada do livro homônimo de László Krasznahorkai (que assina o roteiro com Tarr) como desculpa para construir um filme que grita CINEMA em letras maiúsculas. Seus planos arrojados, que “cortam” dentro da cena (a câmera se aproxima para o “close-up”, afasta-se para um plano de paisagem, roda num “dolly” em torno dos personagens, etc.), fazem extenso uso de 100 anos do vocabulário cinematográfico, sem concessões para planos-detalhe ou o esquema cansado do plano-contraplano do cinema indu...
Há livros que representam verdadeiros pontos de inflexão em nossa vida cultural. A leitura d´“Os sertões” de Euclides da Cunha foi, para mim, um desses marcos. Tudo no livro é antológico: a linguagem cientificista, tão em voga na época do lançamento e que Euclides eleva ao ponto da excelência poética; a descrição detalhada da geografia do sertão e da formação humana do sertanejo, culminando na crônica da Guerra de Canudos; e o testemunho pessoal do autor, que, longe de corroborar a narrativa oficial de civilização “versus” barbárie, levanta numerosos pontos de interrogação sobre o embate entre soldados e jagunços. Ao final da leitura, eu havia chegado à conclusão que Euclides tinha esgotado o assunto. Pensei que ninguém teria a maestria necessária para retratar novamente o conflito em Canudos com o mínimo de talento que o tema exige. Felizmente, eu estava enganado. Foi necessário um peruano para dissecar, desta vez no âmbito ficcional, o episódio ocorrido no sert...
129) "Conspiração do silêncio" ("Bad day at Black Rock", 1955) Dirigido pelo grande John Sturges (“Fugindo do inferno” e “Sete homens e um destino”), “Conspiração do silêncio” funciona como uma versão do faroeste “Matar ou Morrer” (1952), ambientada nos tempos modernos. Assim como o filme com Gary Cooper, a ação se passa durante poucas horas em Black Rock, uma cidade isolada de tudo. John MacReedy (Spencer Tracy, excelente), um misterioso forasteiro de um braço só, chega de trem para encontrar um amigo japonês, mas se depara com a hostilidade da população local. Suspeitando que algo aconteceu com seu amigo, ele enfrenta os capangas do fazendeiro Reno Smith (Robert Ryan) para tentar descobrir o segredo que a cidadezinha esconde. O roteiro enxuto consegue manter a tensão com poucos elementos e cenários: impossível não sentir o cerco social se fechando em torno do protagonista. Um dos primeiros filmes a discutir o racismo anti-japonês presente na sociedade a...
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